Minicursos

Maiores informações sobre os minicursos estarão disponíveis neste link em breve!!! Acompanhe!

Minicurso: Como estudar grupos dirigentes?

LOCAL: Auditório UEIM (dentro do prédio do CECH)

Ministrantes: Pedro Floriano Ribeiro (UFSCar) e Adriano Codato (UFPR)



Ementa: Há quatro grandes temas ligados ao processo de recrutamento de elites políticas: i) a relação entre elites políticas e estrutura social; ii) a relação entre perfil de elite e comportamento político; iii) as formas históricas e os diferentes mecanismos institucionais de recrutamento político; e iv) a relação entre o tipo de recrutamento e a autonomização do campo político. A partir desses quatro assuntos, a literatura especializada produziu quatro diferentes tipos de investigações: i) estudos de origem e perfil social da elite; ii) análises da influência do perfil da elite em processos decisórios; iii) estudos sobre recrutamento político em geral e em instituições específicas, como partidos, por exemplo (pesquisas sobre formas de seleção de candidatos); e iv) estudos sobre processos históricos de profissionalização da classe politica num dado país. Todas essas questões podem ser abordadas em três níveis simultâneos: teórico, empírico e metodológico. O presente curso pretende oferecer um panorama das discussões fundamentais e dos achados mais recentes nessa área de estudos.

Carga horária: 8 horas



Minicurso: Metodologias e técnicas qualitativas em Ciência Política

LOCAL: Auditório do Departamento de Ciências Sociais
                                                                                                                 
Ementa: O presente minicurso tem como proposta apresentar e debater metodologias e técnicas utilizadas em pesquisas qualitativas na Ciência Política. Embora os métodos quantitativos possuem maior visibilidade, as pesquisas qualitativas não são de menor importância, sendo empregadas em grande parte dos estudos produzidos na área, sobretudo no Brasil. Para satisfazer nosso objetivo, este minicurso se dividirá em quatro módulos. O primeiro modulo abordará os modelos contemporâneos de análise empregados em estudos sobre Políticas Públicas. Já o segundo abordará a metodologia de Análise Documental, especificamente em relação as técnicas de análise de conteúdo, análise de manifesto partidário e análise de enquadramento. O terceiro módulo tratará do estudo de análise documental aplicado à análise das Constituições. O quarto, por fim, discutirá as técnicas de pesquisa empregadas em estudos sobre Teoria e Pensamento Político. 

Carga horária: 8 horas


Módulo 1: Modelos contemporâneos de análise empregados em estudos sobre Políticas Públicas.

Ministrante: Andreia Sudano

Nas últimas décadas observou-se uma ampliação de produção científica relacionada à políticas públicas (SOUZA, 2006). O objetivo deste módulo é a apresentação e discussão de algumas abordagens metodológicas em políticas públicas, em particular sobre o processo de produção de políticas através da concepção do ciclo de políticas públicas. Para tanto, serão abordado modelos analíticos relacionados à formação da agenda governamental, formulação, implementação e avaliação de políticas públicas.

Referências:
EASTON, David. Uma teoria da análise política. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
ETZIONI, Amitai. Mixed Scanning: A Third Approach to Decision‑Making", Public Administration Review , n. 27, 1967.
GUBA, E.; LINCOLN, Y. Fourth generation evaluation. Newbury Park: Sage Publications, 1989.
KINGDON, W. John. Agendas, alternatives and public policies. Boston, Little Brown, 1984.
LASWELL, Harold; LERNER, Daniel. The policy science. Stanford: Stanford University Press,1971.
LINDBLOM, Charles E. The policy making process. New Jersey: Prentice-Hall, 1980.
SARAIVA, Enrique. Introdução à teoria de políticas públicas. In: SARAIVA, Enrique; FERRAREZI, Elisabeti (orgs). Políticas públicas; coletânea. Brasília: ENAP, 2006. 2 v, p.21-42.
SIMON, H.A., Administrative Behaviour, Glencoe, Ill.: Free Press, 1945.
SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias. Porto Alegre, n.16, jul/dez 2006, p.20-46.


Módulo 2: Análise Documental

Ministrantes: Flávio Contrera e Mércia Freitas

Neste módulo apresentaremos a abordagem da Análise Documental, que é uma das mais utilizadas em pesquisas historiográficas. Segundo Cellard (2008), o documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa para todo pesquisador nas ciências sociais, por possibilitar realizar estudos de reconstrução. Além de ser insubstituível em qualquer reconstituição referente a um passado distante, o documento, muito frequentemente, permanece como o único testemunho de atividades particulares ocorridas num passado recente. Tendo em vista apresentar de forma introdutória aos participantes esta técnica de pesquisa, estruturamos esse módulo em quatro tópicos, que tratam das análises documental, de conteúdo, de manifesto partidário e de enquadramento.

      1) A análise documental na pesquisa científica.
CELLARD, André. Análise documental. In: POUPART, Jean et al. (Org.). A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. p. 295-316.

      2) A análise de conteúdo segundo Bardin.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. Lisboa: Edições 70, 2002.

   3) O processo de codificação do MRG/CMP/MARPOR em análises de manifestos partidários.
KLINGEMANN, H. D.; VOLKENS, A.; BARA, J.; BUDGE, I.; MCDONALD, M. Mapping Policy Preferences II. Estimates for Parties, Electors, and Governments in Eastern Europe, the European Union and the OECD, 1990-2003. Oxford: Oxford University Press, 2006.

MANIFESTO PROJECT DATABASE. Disponível online em: https://manifesto-project.wzb.eu/

      4) Análise de enquadramento.
McCOMBS, M. A Teoria da Agenda: a mídia e a opinião pública. Petrópolis: Vozes, 2009.


Módulo 3: Aplicação de análise documental nos estudos de Constituições

Ministrantes: Mariele Troiano e Lucas Costa

A proposta desse módulo é apresentar técnicas de pesquisa empírica documental como metodologia qualitativa na Ciência Política através de trabalhos sobre as Constituições Brasileiras. Apresentaremos exemplos práticos da aplicação do uso de dados primários em estudos sobre Constituições e processos constituintes, que também podem ser aplicados em outros estudos legislativos, utilizando Cartas constitucionais, Atas e Diários. Para isso, está previsto uma introdução sobre o funcionamento de uma constituinte, assim como a estruturação de um documento constitucional. Será mostrado, também, a importância e o risco do uso de material de imprensa na construção da trajetória de uma instituição. Por fim, sites e bancos de dados serão apresentados como importantes fontes de pesquisas.


1.      O desenvolvimento constitucional do Brasil                                                           
      a) BONAVIDES, Paulo. A evolução constitucional do Brasil. Estud. av.,  São Paulo ,  v. 14, n. 40, dez.  2000 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142000000300016&lng=pt&nrm=iso>.

2.      A Constituição de 1988
a) SARMENTO, D. A Constituinte de 1987-88, 2009.
b) COELHO, R. C. Partidos Políticos e Maiorias Parlamentares e Tomada de Decisão na Constituinte.  1999. 289p. Tese (Doutorado em Ciência Política) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo (USP),  São Paulo.
c) PILATTI, A. A Constituinte de 1987- 1988: progressistas, conservadores, ordem econômica e regras do jogo. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.

3.      Aplicação de análise documental e a apresentação de bancos de dado
      a) Apresentação de diversos sites e bancos de dados.


Módulo 4: Introdução à Metodologia do Pensamento Político Brasileiro

Ministrantes: Felipe Fontana e Thiago Mazucato

O objetivo deste módulo do minicurso Metodologias e técnicas qualitativas em Ciência Política é apresentar os meios e as ferramentas utilizadas para análise do pensamento político brasileiro que, por sua vez, é entendido aqui como uma das mais expressivas vertentes da Teoria Política Brasileira. Serão abordados como tópicos específicos duas dimensões fundamentais para a área: a) a relação entre ideias, intelectuais e instituições políticas, e b) as formas de apreensão da relação entre contexto histórico, intelectualidade e/ou intelligentsia e a formação de escolas e paradigmas.

Referências
BRANDÃO, G. M. Linhagens do pensamento político brasileiro. São Paulo: Hucitec, 2007.
MANNHEIM, K. “O conceito sociológico do pensamento”, “O problema do intelectual” In: Mannheim (org. M. Foracchi e F. Fernandes). São Paulo: Ática.
MANNHEIM, K. “O pensamento conservador” In: Introdução á crítica da Sociologia Rural (org. José de Souza Martins). São Paulo: Hucitec, 1986. [77-131].
MANNHEIM, K. “O problema sociológico das gerações” In: Mannheim (organização
M. Foracchi, F. Fernandes). São Paulo: Ática, 1982. [67-95].
MANNHEIM, K; MERTON, Robert. MILLS, Wright. Sociologia do Conhecimento, Rio de Janeiro, Zahar, 1967.
MOTA, Carlos G. Ideologia da cultura brasileira. São Paulo: Ática, 1978.
PÉCAUT, Daniel. Os intelectuais e a política no Brasil. São Paulo: Ática, 1990.
POCOCK, A. Linguagens do ideário Político. São Paulo: EDUSP, 2003.
SKINNER, Quentin. “Significado y comprensión en la historia de las ideas”. Prismas. Quilmes: Universidad de Quilmes, n° 04, 2000.